Cara, vou contar minha experiência na qual entrei na Ultramacho Toroari como um menino inocente e saí de lá um homem experiente. Corri 21 km em estrada de terra com várias subidas e descidas em Cuiabá. E essa experiência vou levar para a vida toda.
O que é a Ultramacho?
A Ultramacho Aventura na Natureza tem como finalidade buscar a superação. Os eventos são realizados em locais com vocação turística em Mato Grosso, e englobam Corrida, Ciclismo e Canoagem.
No dia 22/06/2024, participei da Ultramacho Toroari (Corrida Noturna). Essa edição teve como destaque correr à noite somente com a iluminação da lua e da sua lanterna (obrigatória).
Nesse evento, o que não faltou foi tombo e gente passando mal, devido aos desafios de correr em estrada de chão, repleta de subidas e declives.
O que significa Toroari? “Toroari” é o nome do Morro de Santo Antônio na língua indígena bororo, local onde o evento é realizado.
Como foi minha experiência na Ultramacho?
De cara, posso dizer que foi superação. Fiz o melhor tempo da minha vida ao correr 21K. A força da competição e o companheirismo fazem qualquer pessoa chegar ao seu limite, que muitas vezes, sozinhos, não conseguimos.
Meu ritmo médio por quilômetro foi próximo dos 5 minutos, durante os 21K. Quando corro sozinho, no máximo consigo esse pace de 5 minutos até o quilômetro 10; depois, só vai caindo.
Nesse certificado consta que fiz um pace de 6:10, mas tenho minhas dúvidas, porque usei o aplicativo do Nike Run e lá constou que a prova teve um percurso de quase 25K. Talvez isso se deva aos aclives e declives no estradão, por isso constaram mais quilômetros no meu aplicativo.
Como foi o percurso na Ultramacho Toroari?
Tudo na vida, no começo, temos a sorte do principiante: tudo parece favorável e mais fácil. No entanto, no final, enfrentamos a prova do conquistador: passamos por muitas dificuldades para merecer o prêmio de fato.
Logo após a largada, os primeiros quilômetros foram fáceis, assim como as primeiras subidas e descidas. Porém, após o quilômetro 10, o perrengue começou. Minha lanterna começou a falhar, senti meu corpo pesado e já tinha torcido meu pé esquerdo duas vezes.
Aprendizados na Ultramacho
Durante o trajeto, assim como na vida, conheci pessoas que apoiaram minha jornada.
Teve um senhor de 60 anos que me motivou a correr devido ao fator idade; não queria perder para ele. Ele ficou o trajeto inteiro na minha frente, mas consegui ultrapassá-lo no km 20, quando ele começou a andar.
Teve também o Thiago, um cara de meia-idade que estava superpreparado com seu kit de mochila d’água e cinta de suporte, como um verdadeiro ultramaratonista. Corri com ele do km 11 ao 17.
Ele me passou dicas sobre respiração, porque eu estava muito ofegante, e sobre ter paciência.
O principal aprendizado foi manter a constância. Outros competidores nos ultrapassavam dando tudo de si, mas depois diminuíam o ritmo. Com paciência e correndo na mesma velocidade, nós os deixávamos para trás. No final, foi minha vez de quebrar o ritmo: não aguentei e estourei. Ele seguiu seu caminho.
Nessa parte, a vontade de desistir foi forte. Comecei a andar porque parecia que eu iria desmaiar; logo depois disso, tive três câimbras nos joelhos. Foi terrível.
Mesmo no final, faltando 500 metros para terminar, senti pontadas terríveis na panturrilha direita, que travou toda minha perna. Tinha chegado o momento da prova do conquistador.
Por sorte, um cara ao meu lado me motivou a não parar, dando apoio:
“Não desista, continue correndo, mesmo que em ritmo baixo.”
Assim, superei meus limites. Corri mancando e, depois que a dor passou, saí em disparada para terminar a prova como um verdadeiro campeão.
Vale a pena correr a Ultramacho?
Se você é amante da corrida e busca superação, vale muito a pena. Além dos 21K, havia a possibilidade de correr 6 e 12 km. As corridas mais longas, de 12 e 21 km, precisam de atestado médico para competir.
A satisfação da competição, superar os próprios limites, as interações e o networking enriquecem a Ultramacho.
O kit da competição deixa qualquer pessoa feliz, incluindo camiseta, meia e alguns brindes que todo mundo gosta.
No final da corrida, ganhei energético TNT, tomei açaí, comi biscoito Bauducco e participei de uma sessão de quiropraxia para aliviar as dores de completar a prova de 21K. Além disso, tomei um chope artesanal sem álcool.
Quase cheguei ao pódio na minha faixa etária, ficando em 4º lugar. Além da premiação geral do masculino e feminino de todas as idades, que contemplava até o quinto lugar, havia também troféus para os três primeiros colocados de cada faixa etária.
As faixas etárias do 21K eram: 18 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos, e mais de 60 anos.
Eu tenho o sonho de percorrer o Caminho de Santiago, inspirado pelo livro “O Diário de um Mago” de Paulo Coelho, mas precisaria atravessar o oceano até chegar à Europa.
No entanto, no meu próprio estado, existem experiências únicas que valem a pena ser vividas, como essa aventura na Toroari.
Assim como Paulo Coelho teve sua experiência em Santiago de Compostela, tive minhas reflexões no Ultramacho Toroari.
Logo percebi que o mais importante foi o caminho, não a chegada nem a largada; o trajeto em si, em busca de um objetivo.
Se você deseja vivenciar essa experiência também, deixo o link dos próximos eventos da Ultramacho: viva essa experiência!