Mercado de trabalho: O quão cruel é

Imagem de um bebê rico gerada por IA

Sou formado em Sistemas de Informação desde agosto de 2023 pela Universidade Federal de Rondonópolis. Até hoje, não consegui emprego na minha área de formação, pois as empresas costumam ser bastante seletivas na escolha de novos funcionários. O mercado de trabalho é muito competitivo, e pessoas com recomendações ou vasta experiência tendem a ser preferidas em relação aos candidatos comuns.

Mercado de trabalho: Teoria e prática

Na teoria, tudo parece fácil. Quem foi a instituição infeliz que disse ter um déficit de mais de 500 mil profissionais de TI? Estavam completamente equivocados. Mesmo estando formado, tudo parece difícil, como se não tivesse qualquer qualificação.

Eu posso até exagerar, mas na minha cidade, um profissional formado em TI entra em qualquer empresa ganhando 1 salário mínimo ou menos, caso nunca tenha trabalhado e falte experiência. Será que compensa estudar 4 ou mais anos para entrar no mercado de TI e ganhar 1 salário? Talvez seja por isso que muitos desistem de continuar a faculdade e tentam outras áreas.

Talvez eu esteja sendo um pouco pessimista; pararia com esse discurso se conseguisse um emprego em uma empresa que oferecesse dois salários, além de planos médico e odontológico. Mas, considerando a realidade que estou enfrentando, parece difícil alcançar isso. Outro desempregado corajoso pode enviar mais de 100 currículos, passar por 10 fases de seleção e conquistar um emprego com uma remuneração digna.

Mercado de trabalho: Uma realidade distinta

Todo mundo pararia de trabalhar caso tivesse dinheiro caindo na conta. Quem gostaria de trabalhar em algo onde o patrão sempre vai ganhar mais e você seria a mula, e ele o dono pensante que controlaria as rédeas da sua vida? É mais sensato ser o dono do que o funcionário, mas parece que Deus escolheu poucos para serem os senhores dos seus destinos e pastores dos funcionários.

O funcionário fica com uma parcela pequena do lucro que gera para a empresa. Enquanto ele ganha R$1000, na verdade, ele pode ter gerado mais de R$10.000. Como um colega meu falou, alguém tem que andar de Hilux.

Ultimamente, tenho visto uma expressão tão desanimada nos funcionários das empresas que visito, como se estivessem morrendo para trabalhar. Somente nas empresas religiosas vejo os funcionários mais felizes e dispostos a trabalhar. Talvez haja alguma conversa interna que mencione Deus e os motive no trabalho.

Mercado de trabalho: Alternativa

A solução que vejo é embarcar no sinônimo do desemprego: o trabalho autônomo. Já que não consigo emprego em lugar nenhum, posso dizer aos parentes e amigos que trabalho por conta própria, prestando serviços de formatação de computadores — uma ofensa à minha formação. Pelo menos evita o constrangimento de admitir que estou desempregado.

Ao menos, ao surgir uma oportunidade de formatar um computador, todo o dinheiro vai para mim, sem ter que trabalhar como uma mula e deixar tudo para o patrão. No entanto, fico triste ao ver outras mulas saindo do trabalho, todos uniformizados e com a estabilidade de um salário fixo. Às vezes, dá vontade de ser uma mula também.

Outra opção é buscar trabalho informal, fazendo algumas diárias para tentar pagar as contas pendentes e, quem sabe, até parcelá-las. As diárias são mais fáceis de conseguir do que um emprego com carteira assinada, embora tenham seus aspectos negativos.