Lesão do Ligamento do Joelho: O que fazer?

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No final de janeiro, estava jogando futsal como sempre faço toda semana, de uma a duas vezes na semana. Minha habilidade como pivô estava desequilibrando o time adversário; nosso time tinha um potencial maior que o outro. Mas pouco tempo depois de começar o jogo, em um infeliz lance, quase vi minha carreira nas peladas amadoras acabar para sempre. Por quê? Porque consegui machucar o ligamento do meu joelho pela primeira vez.

Como aconteceu a lesão do ligamento no joelho? 

Eu saltei para dominar a bola no ar atrás de outro cara que iria recebê-la, porém ele a deixou escapar. Minha esperança era roubar a posse dele, mas a única coisa que fiz foi acertar o joelho na lateral das costas dele e derrubar nós dois no chão. Ele caiu na hora, já eu, tive a infelicidade de tentar prevenir a queda ao apoiar todo o peso do meu corpo com o pé direito. O lance foi tão rápido que não percebi que aquilo iria dar muito errado, pois em queda livre meu corpo estava de maneira inadequada para apoiar meu pé no chão.

Como resultado, no momento em que aterrissei no chão com todo o peso do meu corpo sobre o pé direito, aconteceu um tranco muito forte, semelhante a frear o carro bruscamente, senti dois estalos dentro do meu joelho direito.

Naquele instante, caí no chão e meu joelho travou com firmeza. A sensação era horrível, estava incapacitado de dobrar ou apoiar o pé no chão. Depois de alguns minutos, tentei pisar novamente e a estabilidade do meu joelho havia desaparecido; eu estava mancando muito.

Diagnóstico inicial

Ao chegar em casa a noite, a dor estava suportável, embora meu joelho direito parecia o peixe baiacu, todo inchado. Na madrugada meu sono foi embora por causa que o sofrimento se tornou insuportável, fui para Unidade de Pronto Atendimento daqui da minha cidade, Rondonópolis Mato Grosso. Ao chegar lá, descobri que não tinha nenhum Ortopedista de plantão, às 4:30 da manhã. Tive que esperar até as 7:00 para começar o primeiro plantão que iria até as 11 da noite. 

Se alguém estivesse todo lascado, acabado de sofrer um acidente e estivesse com fortes dores e precisasse de um ortopedista, teria que esperar até as 7:00. Não vou reclamar muito, porque a enfermeira ofereceu dipirona para aliviar a dor no meu joelho. 

Por volta das 7h30, a médica decidiu me atender, após uma longa conversa com outros profissionais sobre assuntos triviais. Ela realizou um teste para verificar se eu conseguia levantar meu joelho e dobrá-lo, suspenso no ar. Foi doloroso, mas consegui completar a tarefa. Logo em seguida, ela me encaminhou para o raio-x. Por volta das 9h30, fui atendido novamente e no raio-x não foi detectada nenhuma fratura. Nesse último atendimento, foi outro médico que prescreveu os medicamentos para ajudar a reduzir o inchaço no meu joelho, e informou que eu havia recebido um atestado de 4 dias. A médica inicial não me atendeu novamente porque, justamente naquele momento, chegou um garoto com a mão direita dilacerada e foi encaminhado para atendimento prioritário.

Até então, eu acreditava que precisava ficar em repouso e logo voltaria às minhas atividades normais, especialmente jogar bola. No entanto, o drama começou algumas semanas depois, quando percebi que movimentos mais complexos de rotação, o apoio total com o pé direito e a amplitude total da minha perna direita estavam comprometidos.

O diagnóstico: Lesão parcial do ligamento no joelho

Sou ariano, teimoso e gosto de fazer as coisas do meu jeito. Mesmo sem estar completamente recuperado do joelho, continuei jogando bola, embora com algumas limitações: evitei saltar para dominar a bola no ar, não apoiei o peso do corpo no meu pé direito e evitei chutar com toda intensidade com esse pé, pois havia o risco de romper a parte abaixo do joelho. Também não conseguia fazer arrancadas para sair com velocidade. Na quadra, limitei-me a correr em linha reta, evitando fazer rotações, pois isso causava dor.

Mesmo com todas essas precauções, acabei por deslocar novamente meu joelho para o lado, mas consegui colocá-lo no lugar. Descobri logo depois que havia sofrido uma lesão parcial do ligamento colateral tibial. Meu joelho inchou novamente igual a um baiacu, retomei a manqueira, mas uma semana depois houve uma melhora.

Procurei o clínico geral do meu bairro, que solicitou um ultrassom. O exame confirmou o problema: essa lesão que comprometeu a capacidade do meu joelho para jogar bola. Ele me encaminhou para um ortopedista. Tanto o ultrassom quanto a consulta com o ortopedista foram particulares, já que, aqui na minha cidade, Rondonópolis, o prefeito, conhecido como Zé da Praça — seu nome é Zé Carlos do Pátio —, tem como foco principal inaugurar praças, negligenciando a saúde. A menos que você esteja praticamente encomendando seu caixão, eles vão te direcionar para o hospital regional para cirurgias e diagnósticos mais precisos. É melhor estar vivo e remendado do que morto e não pagar mais impostos.

Em uma cidade com 250 mil habitantes, há apenas uma unidade de pronto atendimento (UPA), com apenas 3 ou 2 médicos de plantão durante o dia. Durante a madrugada, parece que só há 1 clínico geral disponível para prescrever alguns medicamentos para aliviar as dores.

Minha teoria é que existe um pacto com o diabo entre as clínicas particulares e o SUS de Rondonópolis. Eles apenas remendam os pacientes nos postos de saúde e na UPA, para que depois busquem tratamento nas clínicas particulares, já que a rede pública não oferece soluções satisfatórias.

O que fazer quando se tem alguma lesão nos ligamentos do joelho?

Se você gosta de jogar bola e teve uma lesão parcial em algum ligamento do joelho, recomendo usar duas joelheiras, uma sobre a outra, no joelho afetado para estabilizá-lo. Caso necessite de mais suporte, pode-se utilizar fita de crossfit. Pessoalmente, essa abordagem me ajudou a retomar minhas atividades físicas, como correr e jogar bola.

Se o ligamento rompeu completamente e a solução é cirúrgica, a situação complica. Uma opção seria buscar ajuda financeira através de uma vaquinha ou considerar um plano de saúde como a Unimed para reduzir o custo da cirurgia.

Eu não possuo um plano da Unimed e recebi um diagnóstico parcial da minha condição. Ao consultar um médico particular, o Dr. Marcos não examinou adequadamente meu joelho e sugeriu uma ressonância magnética para garantir sua comissão. O custo da ressonância do meu joelho direito foi de R$720. Diante disso, decidi não prosseguir, já que consigo realizar minhas atividades diárias sem dor significativa. Achei melhor deixar como está.